A faca entrou e rasgou tudo que havia de vivo e vermelho em mim.
Me vi por dentro: desnuda, aberta, sem capa.
Era eu, eu e eu.
Cada palavra era uma faca, e mais uma e mais uma.
E o que foi que fizeram de nós?
Mesmo me vendo por dentro não consigo encontrar a parte de mim que cabe a ti.
E o que foi que fizeram de nós?
O que transborda do meu corpo não é mais o que eles chamavam de sentimento.
Inominável, foi assim que tudo ficou. É assim que tudo está.
Quero te exorcizar hoje.
E quando me perguntarem o que estou fazendo de mim,
Direi que estou arrancando uma a uma as facas que cravaram em mim.
Estancando e coagulando o vermelho, viva-cor, que me mancha.
Me vi por dentro: desnuda, aberta, sem capa.
Era eu, eu e eu.
Cada palavra era uma faca, e mais uma e mais uma.
E o que foi que fizeram de nós?
Mesmo me vendo por dentro não consigo encontrar a parte de mim que cabe a ti.
E o que foi que fizeram de nós?
O que transborda do meu corpo não é mais o que eles chamavam de sentimento.
Inominável, foi assim que tudo ficou. É assim que tudo está.
Quero te exorcizar hoje.
E quando me perguntarem o que estou fazendo de mim,
Direi que estou arrancando uma a uma as facas que cravaram em mim.
Estancando e coagulando o vermelho, viva-cor, que me mancha.
(Marina A.)