sábado, 19 de fevereiro de 2011

Ah, esse tal amor...



Antonio: -(...) Por que esse tal amor que personagem finge que sente, amor dessa qualidade, que tem paciência até pra esperar entre um anúncio e outro pra somente no voltamos a  apresentar concluir o que tinha fingindo que tinha começado, esse tal amor é somente amor de ficção, Karina, e é muito diferente desse negócio aqui que eu sinto, esse negocio de doido, que eu não encontro nome em nenhuma das palavras existentes, e que não tem som e nem letra escrita que explique como ele é exagerado.

Karina: -Onde foi que tu leu isso?!

Antonio: -Nem li, nem decorei e nem sei repetir de novo. Por que sentimento sentido de verdade, não carece de ser documento em papel, ou romance, nem filme de cinema, pois não é da conta de mais ninguém a não ser da pessoa que sente além da outra responsável pelo afeto causado. A conversa aqui é somente entre tu e eu, eu e tu, Karina. Fingi somente uma vez que tu é tu, que é pra ver se tu descobre o que sente. Por que esse beijo que eu vou te dar agora, esse vai ser meu de verdade.

Diálogo entre Antonio e Karina

Filme: A máquina: o amor é o combustível, de João Falcão.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Eu já tenho asa..




Doce solidão - Marcelo Jeneci feat. Marcelo Camelo


Posso estar só
Mas, sou de todo mundo.
Por eu ser só um...
Ah, nem!
Ah, não!
Ah, nem dá!
Solidão, foge que eu te encontro
que eu já tenho asa.
Isso lá é bom, doce solidão?


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Time To Pretend

Filme: O Iluminado, de Stanley Kubrick.


 

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Calma alma minha, calminha.

Os olhos se fechavam talvez por que só quisessem se fechar. O corpo já lhe pedia clemência, cansado de se auto-flagelar. Cada movimento doía fundo, sentia como se uma lâmina afiada lhe entrasse fundo rasgando tudo que houvesse a frente. Estava apenas cansada. Cansada de tudo. De querer, de não poder, de ter que dar um jeito, de chorar, de ter que ter alguém pra amar, de beber, de ter que saber, de sorrir, de correr atrás e não alcançar, de se espremer até caber, de procurar uma janela pra respirar. E não podia pôr fim. Não havia um fim. Assim que abrisse o olho, sentiria de novo como se a empurrassem cada vez mais contra a parede.


-Que empurrassem de vez, oras!

Parece que faziam aquilo por puro sadismo, só pra ter que vê-la gritar, e pedir, e implorar, e ceder à agonia de não poder agüentar. Há uma caixa vermelha na mesa da sala. E lá dentro, no escuro, está ela. Segurando um isqueiro ainda aceso. Esperando o último cigarro se apagar. Quanto tempo a vela agüenta dentro do copo até todo o ar se acabar?

Pouco tempo! Era só isso o que ela sabia.

 
Marina B.


ps.: Ontem, dia 31/01, o blog completou dois anos de sua existência. Não sei como se comemoram aniversários de blogs.
ps.²: Pro blog tudo ou nada?!